CONFLITO E CONFRONTO
Se a origem é a mesma (Art. 5º CF, XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização …), por que desfechos diferentes? Porque aqui o conflito de interesses, entre manifestantes (quanto à forma de manifestação, itinerários, ocupação total das vias) e a força policial (fluidez do trânsito, livre locomoção de não participantes, enfim, mantença da ordem pública) foi solucionado com a parlamentação (criada no batalhão de choque de Minas e, hoje, praticada no mundo) onde as partes “combinam” as regras de realização da manifestação, compatibilizando interesses, e as cumprem. Ao que consta, em São Paulo houve a parlamentação, mas, as regras teriam sido quebradas pelos manifestantes, durante a passeata. Aí, o confronto é inevitável! E pouco se ouve a respeito da quebra do acordo, que abriu espaço para vandalismos e danos ao patrimônio público e privado. Porém, inexoravelmente, a força policial é taxada de violenta e arbitrária pelos fazedores de média, principalmente pelo Ministro da Justiça que, pela liturgia do cargo, deveria escusar-se de dar palpites no calor dos acontecimentos para, corretamente informado, manifestar-se como um magistrado. Aliás, sem analisar os vetores do episódio, o ex-presidente Fernando Henrique já escorregara, vaticinando a respeito dos fatos em Eldorado dos Carajás. Postura firme e corajosa adotou o governador de São Paulo, condenando o vandalismo.
Lembrando Carl von Clausewitz:”Se uma pessoa jamais passou pessoalmente por uma experiência de guerra, não pode compreender em que consistem realmente as dificuldades constantemente mencionadas…”. A tensão é alta, em ambos os lados, na parlamentação, mas, buscam-se soluções que atendam às partes. No confronto, a força estadual, representando a autoridade governamental, necessita adotar decisões adequadas e aceitáveis. E imediatas! Ainda Von Clausewitz, “A guerra é meramente a continuação da Política por outros meios”, certamente o confronto é lamentavelmente decorrente de politicagem egocêntrica, que afeta a ordem pública.