NOTA DO PRESIDENTE DA AOPMBM SOBRE NOVO SECRETÁRIO DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL E FUTUROS CORONÉIS

Todos os Governadores que estiveram à frente do Executivo Mineiro tiveram o devido respeito para com nossa bissecular Corporação, pois sempre souberam o que ela representa, especialmente a sua relevância para a governabilidade de um grande Estado do porte e importância que é o de Minas Gerais.

Nos dias atuais, vivemos momentos de transição de Governos, o que tem gerado muitas expectativas diante de questões que andam rondando o dia-a-dia dos Quartéis, causando inquietude em muitos, o que precisa ser alvo de atenção por parte de todos os integrantes do Alto Comando da PMMG: (1) promoção de novos Coronéis do atual Governo e (2) indicação do novo Secretário de Defesa Social pelo futuro Governante.

A promoção de Coronéis sempre contou com algumas variantes, sendo uma delas de ordem legal, na medida em que se leva ao Governador do Estado em exercício uma lista de nomes contendo os Tenentes Coronéis que figuram no quadro de acesso para esta promoção e que, ao longo de suas atuações nas variadas funções na Corporação, demonstraram ilibada conduta, capacidade de gestão, além de terem ocupado funções de destaque e com resultados consagrados em suas ações de comando, observadas ao longo de toda carreira.

O Alto Comando, portanto, é uma espécie de Instituição Sagrada dentre o Oficialato Mineiro. Nele não se pode permitir a entrada de novos integrantes que não preencham os requisitos citados para promoção ao posto máximo da carreira dos Oficiais, dentre outros relevantes atributos.

Também no Alto Comando não se permite a entrada de paraquedistas que buscam, via de regra e por meios diversos que não sejam os legais e morais, tradicionalmente realizados na história desta Corporação, uma promoção fora do tempo, furando uma tradicional fila das Turmas de Aspirantes dos anos de 1989, 1990 e 1991 que nos parecem as legítimas para compor um eventual processo de promoção neste final de ano de 2014.

Do atual Alto Comando da PMMG espera-se a costumeira firmeza e lisura na condução deste processo e que seja dada publicidade aos nomes levados pela Corporação ao Governador do Estado, pois, se partir da autoridade máxima a mudança de nomes e indicações, que ele assuma a responsabilidade de seus atos e decisões, mas que não recaia sobre nossos atuais Coronéis, a que tanto respeitamos e valorizamos, nenhuma responsabilização ou crítica de omissão ou conivência com eventual promoção de novos Coronéis que venham a provocar total indignação a toda a tropa.

Se abrir precedentes desta ordem, de eventuais interferências políticas em nossas promoções, vamos ter que rever nossas legislações vigentes e fazer constar novas regras, permitindo o lobby político, democratizando essa medida para que todos também possam se valer visando buscar a tão sonhada progressão na carreira.

Por fim, fomos surpreendidos com a indicação do nome do futuro Secretário de Estado de Defesa Social para o ano de 2015, de forma inusitada (dentro de uma churrascaria) e na presença maciça de Delegados da Polícia Civil de Minas Gerais (até aí tudo muito bem), mas sem a presença de nenhum outro integrante das demais Instituições do Sistema.

De certo que causou estranheza aos milicianos mineiros, mas para as nossas Instituições Militares que se pautam pela ética, respeito, disciplina, constante participação e verdadeira cooperação para a necessária integração das polícias em nosso Estado, vamos seguindo com nossos trabalhos e cumprindo nossa missão, pois certamente seremos chamados e ouvidos não para os momentos de festas, alegrias e diversões, mas por ocasião dos momentos de responsabilidade e cumprimento de metas para resolver as desafiadoras questões que permeiam a segurança pública em Minas Gerais, mesmo contando com a vaidade e pouca colaboração de muitos ditos parceiros.

Ao futuro Governador do Estado e ao novo Secretário de Defesa Social, fica o conselho de refletirem acerca do imprescindível papel histórico das Instituições Militares junto aos Governos Mineiros. Estes últimos sempre trataram com respeito e a deferência os integrantes das Instituições Militares. Aliás, o respeito é uma via de mão dupla!

Convite para festas desde já estamos agradecendo, mas nos momentos de se tratar das questões sérias, como valorização, concessões e trabalho terão que contar conosco e aí seremos intransigentes quanto ao tratamento isonômico entre todos os integrantes do sistema de defesa social.

Que nesta fase de transição de Governos não sejamos brindados com desmandos. Minas Gerais e todo o Brasil conclama por comportamentos éticos, morais e transparentes, cujos atos cumpram os princípios inerentes a administração pública. O povo espera que cada governante somente cumpra ética e honestamente com o seu papel!

Na união dos militares mineiros reside a força necessária para garantir a governabilidade do Estado e da própria Corporação de Tiradentes!!

Márcio Ronaldo de Assis, Ten Cel PM
Presidente da AOPMBM

 

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