ARTIGO CEL AMAURI | PASSARINHO NA MUDA
O governador foi mais prudente que a presidente. E, note-se, comparando-se as equipes federal e estadual, esta dá de goleada naquela, ainda que um jogador, da defesa, destoe do grupo. Conhecendo seu elenco, melhor que a dirigente federal, o estadual optou pelo “seguro morreu de velho… mas morreu!”, ainda que, ambos, em muitos cargos, tenham sucumbido a pressões e, consequentemente, a concessões político-partidárias, em detrimento da capacidade técnica.
Provavelmente aquelas autoridades querem ganhar tempo, o necessário para que as asas cresçam, isto é, para se capacitarem a pesquisar e operacionalizar soluções para os grandes problemas que afetam a Nação e a sociedade brasileiras. “O sapo não pula por boniteza, mas por percisão”. É tempo de diagnóstico, de fixação de políticas públicas, de estabelecimento de metas, de elaboração de planos.
Particularmente, no campo da proteção, das defesas (nacional e social) que ensejam o ambiente de segurança, estima-se que, na esfera federal, mesmo com o surpreendente e exagerado contingenciamento, a Educação seja, de fato, a prioridade nesse segundo mandato: valorização do educador, educação integral em escola integrada, esporte e lazer para crianças e adolescentes e, principalmente, civilidade. Quanto à Estratégia Nacional de Defesa (hoje trata, apenas, da estratégia de defesa nacional, com foco maior no campo militar), urge revisão. Os recentes atentados na Europa e movimentos de grave perturbação da ordem social, em nosso país, ratificam a conveniência de se fixarem protocolos entre a força estadual, a PM, que atua preliminarmente, e a força federal que assume, caso a situação evolua para um quadro de perturbação da ordem nacional. O documento Garantia da Lei e da Ordem (GLO), do Ministério da Defesa, omite esse trespasse.
Ainda no campo da proteção, da defesa social, na esfera estadual, a prioridade é retirar o Conselho Estadual de Defesa Social do CTI. Afinal, é o órgão que, presidido pelo vice-governador, assessora o governador e sugere políticas públicas para reduzir vulnerabilidades e mitigar ameaças ao corpo social, discutindo e corrigindo o axioma do filósofo Giorgio Agamben: “é vão, ou de qualquer modo custoso, governar as causas, é mais útil e mais seguro governar os efeitos”.
Portanto, a prioridade deve ser o exame de causas. “O pior cego é o que não quer ver”!