CAP AUGUSTO (DEP FEDERAL) – PELA DEMOCRACIA
Assim sendo, alijar os militares da participação da vida política é arrancar-lhes a própria condição de cidadãos, é subtrair-lhes a sua própria condição humana. Os militares, como qualquer outra classe ou grupo de trabalhadores, têm o direito constitucional de contribuir com suas ideias e valores para a construção da democracia brasileira.
E é justamente nessa condição que estou aqui representando não só os policiais militares paulistas, mas todos aqueles cidadãos brasileiros que comungam dos valores de ética e honestidade que tanto cultuamos. Ver-me fardado presidindo a mesa diretora desta Casa do Povo, o que causou tanta irresignação e revolta do insigne articulista, não deveria ser motivo de espanto, mas de reflexão sobre tudo o que isto representa para a consolidação da democracia brasileira. Não estou aqui fazendo populismo, estou aqui lutando por ideais!!!
Ao orgulhosamente envergar a farda cinza bandeirante da Polícia Militar do Estado de São Paulo neste Plenário, não estou me fantasiando de brucutu sem formação moral e cívica, se é que o Sr. Eugênio Bucci compreende o que é formação moral e cívica. Muito ao contrário, estou representando mais de 100 mil brasileiros e brasileiras que todos os dias vestem suas fardas cinza-bandeirante e, deixando para trás seus lares, esposas e filhos, oferecem suas vidas para proteger a vida de pessoas que nem mesmo conhecem, muitas vezes cumprindo o seu juramento de derramar o próprio sangue para servir à sociedade.
As medalhas que os policiais militares carregam nos seus peitos, das quais tanto se orgulham e que por isso a ostentam, não são broches ou penduricalhos, mas o singelo reconhecimento pelas ações meritórias que todos os dias praticam na defesa dos verdadeiros valores democráticos, sentimento talvez difícil de ser compreendido pelo letrado jornalista e professor.
E as ofensas propaladas pelo Sr. Eugênio Bucci no artigo publicado pela revista Época não se dirigiram apenas a mim e aos policiais militares, mas também a tantos outros deputados e deputadas e demais pessoas, hetero e homossexuais, que se indignaram, não com a homossexualidade, mas com os atos de desrespeito e ofensa praticados durante a Parada Gay realizada na capital paulista. Defender o que ali foi praticado é, no mínimo, sinal de ignorância democrática.
Realmente vivemos um tempo cinza-escuro, em que os valores éticos estão se perdendo no seio de um Estado corrompido pela ganância e pelo desrespeito ao espírito público.
Um tempo em que aqueles que se intitulam “arautos da democracia”, como parece ser o caso do Sr. Eugênio Bucci, não sabem reconhecer e respeitar o direito do outro, a verdade do outro, ainda mais quando o outro representa a verdade e a vontade de milhões de brasileiros e brasileiras que não suportam mais o apossamento da coisa pública por um grupo que só pensa nos seus interesses, desvirtuando a própria noção de república.
O Sr. Eugênio Bucci parece representar aqueles que só conseguem enxergar a sua suposta verdade e, ao se sentirem ameaçados no seu projeto de poder e dominação, atacam como cães raivosos. Só que é bom que saibam que o povo está despertando e exigindo o retorno da ética, da honestidade, do compromisso com o Brasil e os brasileiros. O discurso populista e enganador, por vezes encantador, está com seus dias contados.
Senhores Deputados e Deputadas, vivemos e fazemos parte de um momento muito especial para a consolidação da democracia no nosso país, que será relatado nos livros de história como a retomada do Brasil pelos brasileiros, por isso não podemos nos acovardar diante das críticas rançosas com que nos atacam.
Capitão PMSP Augusto