AUDIÊNCIA PÚBLICA DEBATE SOBRE ALTO ÍNDICE DE TROTES AOS TELEFONES DE EMERGÊNCIAS

A AOPMBM através do seu Presidente – Ten Cel PM Ailton Cirilo da Silva, esteve presente e contribuiu para o bom debate, haja vista ter exercido a função de Coordenador do COPOM nos idos de 1998 a 2000. Nesse sentido, frisou que o prejuízo econômico que provem do trote chega a somas muitos significativas para os cofres públicos. Bem como, urge a necessidade de investimento na educação, vez que os autores são na maioria adolescentes e estudantes, frisou o Ten Cel Cirilo.

Segundo o chefe do Centro Integrado de Comunicação Operacional (Cicop) da Polícia Militar, tenente-coronel Paulo Satrick, a falta de compromisso e respeito com as instituições, assim como a impunidade, agravam o quadro. Ele citou a popularização dos telefones celulares e as restrições de acesso às informações sobre telefones, que teriam sido impostas pela Agência Nacional de Telefonia (Anatel), como agravantes do problema. “Hoje, mesmo tendo os números dos telefones que fizeram o trote, a PM depende de ordem judicial para abordar os responsáveis. É também necessário haver mais educação, tanto familiar quanto formal, no sentido de orientar sobre a importância desses serviços e os danos provocados pelas falsas ligações”, avaliou.

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Segundo o Sargento Ataliba Faria, encarregado chefe da Seção de Análise, Inteligência e Controle de Qualidade do Cicop, foram sete milhões de atendimento realizados pelo serviço no ano passado, sendo que cerca de 17% das ligações foram trotes e outros 31% de ligações em que quem chamou ficou mudo do outro lado da linha. De acordo com ele, apesar das análises indicarem uma provável redução desses índices em 2015, o problema ainda é grave, e a PM precisa de alternativas para reduzir a impunidade. Boa parte das ligações são atribuídas a crianças e adolescentes, com maior incidência nos horários de saída das escolas ou nas férias escolares.

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O supervisor do Serviço 190, sargento Leonardo Moreira da Silva, expôs durante a audiência um projeto educativo que desenvolveu para coibir os trotes, chamado “Amiguinhos do 190”, desenvolvido a partir do trabalho já realizado na “Transitolândia”. Ele está em fase de implantação, com lançamento previsto para dezembro, com expectativa de que sejam visitadas escolas e crianças também possam ser trazidas à Central de Operações da Polícia Militar (Copom). Contudo, serão necessários mais investimentos para que o projeto seja expandido para todo o Estado.

O projeto foi elogiado pela superintendente adjunta de Informação e Inteligência Policial da Polícia Civil, Yukari Miyata, que cobrou a formulação de políticas públicas na área educacional visando à formação da consciência cidadã. O capitão do Corpo de Bombeiros Cristiano Magalhães Silva também lamentou que um terço das ligações recebidas pela corporação sejam trotes, cerca de 12 mil por mês. “O dano maior é manter a linha ocupada, que poderia ser usada para uma necessidade real. Isso mostra a importância da educação, principalmente por parte da família”, receitou.

Já o cabo Berlinque Cantelmo, da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra), cobrou a intervenção mais enfático do Ministério Público na questão.

O presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues, lembrou que já atuou, por quatro anos, como radioperador do Serviço 190, classificando os trotes como “inadmissíveis”. “Cabe aos responsáveis desencadear ações pedagógicas em escolas, em um trabalho de conscientização de médio e longo prazo, com integração na área de comunicação, para termos algum resultado”, ponderou.

Ele lembrou ainda as restrições de recursos sofridas pelas forças de segurança pública neste ano, o que tem contribuído para o sucateamento da infraestrutura e a deterioração dos serviços, a despeito de todos os esforços feitos pelos policiais e bombeiros que estão nas ruas.

Segundo dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siaf) apresentados por Sargento Rodrigues, de janeiro a outubro do ano passado foram destinados R$ 385 milhões no custeio da PM, contra R$ 214 milhões no mesmo período deste ano. Na Polícia Civil, os investimentos caíram ainda mais drasticamente, de R$ 40 milhões no ano passado, no mesmo período, para apenas R$ 2,9 milhões neste ano. “Vejo agora que as promessas de campanha do governador eram apenas promessas mesmo. E quem mais sofre é o cidadão mais necessitado, que mais precisa do poder público”, destacou.

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