Forças de segurança de Divinópolis criam rede de monitoramento de explosões de caixas eletrônicos
Protocolo integrado de atuação foi apresentado durante workshop operacional sobre ataques; encontro será realizado em 20 cidades mineiras
As forças de segurança de Divinópolis oficializaram, nesta quinta-feira (22/11), a implantação de uma rede local de monitoramento de explosões de caixas eletrônicos. O objetivo é compartilhar informações e unir esforços para a formulação de ações coordenadas visando à prevenção e à repressão dos ataques contra instituições financeiras.
O grupo de trabalho foi criado após a realização do Workshop Operacional sobre Explosão de Caixas Eletrônicos. O encontro, que será realizado em 20 cidades de todas as regiões de Minas Gerais, tem a intenção de estreitar o diálogo entre as polícias e as instituições bancárias em todo o Estado.
O workshop é uma iniciativa do Subgrupo de Trabalho Operacional sobre Explosões de Caixas Eletrônicos, uma força-tarefa criada em 2017 pelo Governo do Estado para trabalhar pela redução dos crimes em instituições bancárias. O grupo tem forte atuação na área de inteligência, fazendo o mapeamento do modus operandi dos criminosos e a identificação de quadrilhas. De forma integrada, as apurações da inteligência se transformam em operações repressivas e preventivas.
Representando a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) no encontro em Divinópolis, o subsecretário de Integração de Segurança Pública, Danilo Emanuel Salas, ressaltou que o grupo de trabalho funciona bem em Belo Horizonte e, agora, a intenção é interiorizar a política. “As forças de segurança estão atuando em conjunto, e o último ano foi proveitoso para coibir os ataques. Tivemos uma redução média de 50% dos crimes no Estado, mas queremos sempre melhorar”, afirmou.
O subsecretário explicou que, apesar da redução, quando ocorrem, os ataques estão mais violentos, daí a importância da articulação de uma rede conjunta de enfrentamento, que inclui as polícias e também as instituições bancárias, especialmente na troca de informações para criação de ações e estratégias contra essa modalidade criminosa. “O que faz a repressão dar certo é essa aproximação. A política de rede para troca de informações faz diferença principalmente em cidades menores, por isso é importante trabalharmos a interlocução entre as pessoas e o fortalecimento dessas relações”, detalhou.
O Subgrupo de Trabalho Operacional sobre Explosões de Caixas Eletrônicos é formado por 13 instituições, com articulação executiva da Sesp. Também participam da força-tarefa representantes da Polícia Militar, Polícia Civil, Ministério Público, Corpo de Bombeiros Militar, Exército Brasileiro, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Abin, Associação de Bancos do Estado de Minas Gerais, Associação Brasileira de Bancos, Febraban e Secretaria de Estado de Administração Prisional.
O encontro
Durante toda a manhã desta quinta-feira, cerca de 100 pessoas, incluindo policiais civis, militares, bombeiros e gerentes de instituições bancárias de Divinópolis e região, puderam conhecer mais sobre o protocolo integrado de atuação em caso de explosões. Os participantes assistiram palestras sobre a metodologia de trabalho do Subgrupo Operacional, verificaram as estatísticas de criminalidade da região, conheceram os mecanismos de segurança adotados por instituições bancárias e compartilharam informações sobre a atuação específica de cada corporação no combate aos ataques.
“O objetivo do encontro é fomentar um trabalho conjunto que já está dando certo”, destacou a procuradora de Justiça Cássia Gontijo, coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Minas Gerais. “Divinópolis teve êxito na prisão de criminosos, e temos agora um campo fértil para continuar o trabalho e evitar novos ataques”.
Representante institucional e jurídico da Associação dos Bancos do Estado de Minas Gerais, Edmar Campos ressaltou que a iniciativa tem o total apoio das instituições financeiras. “Nossa preocupação maior é a proteção das pessoas. Estamos fazendo investimentos vultuosos em tecnologia nas agências bancárias, mas esse grupo formado com todos os órgãos de segurança será fundamental para prevenir outros ataques”, afirmou.
Divinópolis é a segunda cidade mineira a receber o workshop. O encontro já foi realizado em Ipatinga, em agosto, e, ao longo dos próximos meses, será promovido também em outros 18 municípios mineiros: Contagem, Betim, Vespasiano, Juiz de Fora, Uberaba, Uberlândia, Varginha, Governador Valadares, Uberlândia, Patos de Minas, Montes Claros, Barbacena, Curvelo, Teófilo Otoni, Unaí, Pouso Alegre, Sete Lagoas e Passos.
Crimes em queda
Desde a criação da força-tarefa estadual, os registros de ataques com explosivos a instituições financeiras, caixas eletrônicos, Correios e casas lotéricas estão em queda em todo o Estado. De janeiro a setembro de 2018 foram registrados 75 casos em Minas, contra 146 no mesmo período do ano passado – uma redução de 48,63%. Na 7ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp), a diminuição foi ainda mais significativa: 77,78%. Foram 18 ataques de janeiro a setembro de 2017, contra 4 no mesmo período deste ano.
Para o coronel Marcelo Augusto dos Santos, Comandante Regional da Polícia Militar, a união de forças e a ampliação do diálogo com os representantes dos bancos tendem a melhorar um esforço conjunto que já vem sendo realizado: “Esse grupo de trabalho terá um impacto importante tendo em vista o objetivo comum da segurança da população”.
Segundo o chefe do 7º Departamento de Polícia Civil, delegado-geral Ivan José Lopes, o trabalho integrado das corporações possibilitou que a região saísse do primeiro lugar em número de ataques no Estado em 2017 para o oitavo neste ano. “Isso mostra que a força-tarefa e o protocolo integrado de atuação dão resultados”, ressaltou.