Rede de Vizinhos Protegidos tem mil comunidades em BH; veja como fazer parte do serviço gratuito

Deixar a casa vazia durante as férias e feriados sempre suscita um alerta a respeito da segurança. Em 2019, entre janeiro e março, houve 906 assaltos a residências no estado. O mês com maior número de ocorrências, 313, foi o primeiro do ano, quando muitas famílias realizam viagens mais longas, como as famosas temporadas no litoral.

No entanto, a Rede de Proteção Preventiva (RPP), uma parceria entre a comunidade e a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), de acesso gratuito e aberta a toda a população, tem ajudado a prevenir, inibir e mesmo solucionar esse tipo de crime. Muitas vezes, há a prisão dos criminosos e a devolução de bens. “Só em Belo Horizonte, temos aproximadamente 1 mil RPP´s em atividade. Importante ressaltar que qualquer comunidade que queira criar uma rede de vizinhos pode acionar a PM e formar o grupo, de muita ajuda na prevenção da criminalidade”, aponta a tenente Gisele Couto, assessora de comunicação organizacional do Comando de Policiamento da Capital (CPC).

Como acionar
A policial informa que o processo para que uma comunidade interessada crie um grupo é simples. Basta seguir um passo a passo (leia no pé da página) e, em pouco tempo, a rede é formalizada. Por meio da ação, reforça a tenente, cada morador consegue, em tempo real, repassar qualquer atitude suspeita para o grupo por meio de aplicativos como Whatsapp e Telegram.

Ela ressalta ainda que os grupos contam com a participação de integrantes da Polícia Militar, que orientam os membros e, em seguida, fazem a ronda policial no local citado. “Interessante é que a RPP não substitui o acionamento da polícia via 190, mas representa um canal de alerta e prevenção, troca de informações, sugestões e interações entre os moradores e a Polícia”.

A tenente destaca que é importante compreender que o foco da RPP é envolver e contar com a participação da comunidade. “Trata-se de uma filosofia e uma estratégia organizacional que proporciona uma parceria entre a população e a polícia, que devem trabalhar juntas para identificar, priorizar e resolver problemas no atual cenário de segurança pública, com o objetivo de melhorar a qualidade geral de vida da comunidade. Como o próprio nome diz, a função da RPP é prevenir a criminalidade, antecipar-se à ocorrência”.

Visibilidade
Além do monitoramento, vigilância e troca de informações em tempo real entre comunidade e PM, as RPP´s garantem um tipo de visibilidade da segurança interessante às comunidades, entre outros benefícios. “A instalação da placa já é o primeiro fator de prevenção, pois demonstra publicamente que aquela comunidade está organizada e atenta à segurança e ao monitoramento de vizinhos”.

A tenente afirma, ainda, que a ação também reúne cidadãos com interesse coletivo pelo bem comum e que agem de forma a promover valores como confiança e respeito. “A relação entre a polícia e a comunidade deve ser vista como estratégia de apoio para solução de problemas e consequente neutralização/diminuição da ação de delinquentes”.

Outra vantagem da criação de RPP´s é funcionar como elemento agregador, viabilizar que as estratégias de prevenção sejam debatidas em grupo e que as pessoas passem a se conhecer e a manter uma relação de amizade, buscando, de modo conjunto, soluções para problemas que atingem a comunidade.
“É muito importante que os vizinhos observem a região em que residem ou têm comércio, pois conhecem a realidade local como ninguém, notando a presença de qualquer pessoa ou movimento suspeito. Importante ressaltar que a abordagem deve ser feita sempre pela PM e as informações devem ser repassadas com segurança para o informante”, ressalta a tenente.

Resultados 
Em época de férias ou em qualquer período do ano, a RPP, fundada em 1993 e inspirada em modelos de parceria polícia/comunidade de países como Canadá e Japão, tem tido resultados relevantes. “Diariamente, temos casos em que crimes foram frustrados, bens recuperados e autores presos devido à ajuda da comunidade em acionar o 190 rapidamente a partir da presença ou atitude suspeita de pessoas estranhas nas imediações”, diz a tenente Gisele.

Conheça o passo a passo para fazer parte de uma RPP em parceria com a PMMG e como a ação funciona:

1 – Sensibilize a sua comunidade. Por meio da união de todos é possível participar do planejamento das ações relativas à Segurança Pública. É preciso organização, interesse, engajamento e comprometimento das pessoas, ações fundamentais nas ações que visam a segurança;

2 – Ingresse na Rede de Vizinhos Protegidos: a rede funciona a partir da ação de um conjunto de moradores do bairro, agrupados em laços. O principal objetivo de cada laço é a integração de todos os componentes para a atuação de forma mútua e comprometida. Para tanto, é necessário conhecer o seu vizinho, seus contatos e seus hábitos;

3 – Criar a Rede de Verificação: este passo é a formação de uma cadeia de contatos de uma residência para a outra. Os integrantes da rede estabelecem a forma de atuação considerando a escala, horários, frequências, senha e outros fatores relevantes; geralmente, pode ser feita via telefone, aplicativos e ou outras formas de comunicação;

4 – Criar a Rede de Vigilância Mútua: é o processo de observação ao movimento nas imediações da residência com a intenção de perceber a presença de pessoas ou veículos estranhos ou em atitude suspeita. O morador funciona como “câmera viva” e dispara o sinal de perigo por meio de sons (uso de apitos, por exemplo), códigos combinados e outras formas de chamar a atenção de toda a rede de vizinhos protegidos e da PMMG;

5 – Uma das ações previstas numa RPP é melhorar a iluminação das ruas: a ação é um inibidor de oportunidades de práticas de crime. Isso é feito com a instalação de holofotes que são acesos à noite;

6- Fixação das placas de identificação da RPP.

Onde acionar:
Em qualquer base fixa ou base de segurança móvel e ou nos telefones disponíveis no site da PMMG. Em BH, há mais de 30 pontos fixos da corporação, além de 86 Bases de Segurança.

 

Da Agência Minas

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