A Esperança é Negra
A Esperança é Negra
Movimento Antirracista
A morte brutal do cidadão americano George Floyd, no último dia 25 de maio, em Minnesota – EUA, acendeu a discussão sobre a segregação racial com desdobramentos em vários países, inclusive no Brasil.
Nesses nove dias de manifestações nos EUA, o mundo presenciou inúmeras passeatas e vigílias defronte a delegacias e prédios de governo, muitas culminando em depredação de patrimônio público e particular, além de incêndios de viaturas policiais.
A segregação racial tem sua exposição mais latente a partir do século XIX, tendo forte vigor em países como a Alemanha nazista com o anti-semitismo, a África do Sul com o apartheid, os Estados Unidos da América com a Ku Klux Klan e no Brasil com a abolição tardia da escravatura.
A situação do negro na história mundial registra situações de extrema negação aos princípios da dignidade humana e do exercício pleno da cidadania. George Floyd foi mais uma vítima e, certamente, não será a última.
No Brasil o racismo é evidente, na medida em que o acesso à educação de qualidade e a grandes cargos de chefia geralmente é restrito a brancos, enquanto o sistema judiciário é visivelmente parcial. Essa tendência é exemplificada pelo fato de apenas um negro ter sido eleito presidente do STF e pela alta concentração de negros na população carcerária.
Assim, no debate racial em solo pátrio, não se enfrenta de verdade a questão racial, haja vista pela forma estrutural do país e pelo comodismo dos representantes do povo.
A jornalista Flavia Oliveira (Programa “Em Pauta” 03/06) disse que a esperança é negra, numa afirmação de que as desigualdades atuais (econômicas, financeiras e sociais) são reflexos do colonialismo imposto pelo poder dominante, legado nefasto contra os negros e estrangeiros.
Cada agente estatal tem o dever de zelar pela promoção e proteção dos direitos humanos, em sua plenitude, mas a realidade é outra, e a discriminação é velada e por vezes agressiva.
Vamos em frente, acreditando que o amanhã possa e deva ser melhor do que hoje.
Cel PM Ailton Cirilo
Direto ao Ponto