Artigo Cel PM Desirée Lacerda – “VOCÊ CONHECE A COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA?”

 VOCÊ CONHECE A COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA?

 

Desirée Anísia Lacerda, Cel PM Veterana*

 

Você já ouviu falar de comunicação não violenta (CNV) no seu trabalho, na sua escola ou na internet?

A Comunicação não violenta (CNV) é uma prática que propõe uma nova forma de se relacionar e que apresenta ferramentas úteis para superar desafios que aparecem nas nossas relações que são causados pela forma como comunicamos nossas ideias, sentimentos ou até mesmo pelo que deixamos de falar. Assim como no aprendizado de uma nova língua, praticar é fundamental para nos tornamos fluentes e nos expressarmos a partir da consciência da comunicação não violenta. Quanto mais praticamos a CNV, mais nos tornamos capazes de agir buscando por compreensão e colaboração.

A CNV se baseia em 4 focos principais que nos ajuda a entrar em contato com nossa capacidade compassiva e de termos maiores chances de colaboração nas relações:

  • Observação (ouvir) – Aqui é levado em conta o contexto em que a situação acontece. É necessário separar a observação da avaliação a fim de que o outro ouça a mensagem realmente como deseja ser transmitida.
  • Sentimento (indagar) – É preciso olhar de forma clara e assertiva todos os nossos sentimentos. Trocar “o que eu acho” por “como eu me sinto realmente”.
  • Necessidade (compreender) – A necessidade está ligada ao sentimento; por trás de todo sentimento existe uma necessidade e vive versa.
  • Pedido (argumentar) – Após manifestar o que estamos observando, é preciso fazer o pedido. É essencial expressar o que estamos pedindo de forma clara, positiva, consciente. O pedido dever ser objetivo e bem definido com base na empatia.

Exemplos de CNV para você começar a entender e a colocar em prática a partir de hoje:

Exemplo 1:  Uma conversa entre um casal:

“Das últimas 2 vezes em que conversamos sobre não deixar a toalha em cima da cama, vi que você se alterou e me pareceu um pouco irritado (observação) e isto me deixa chateada (sentimento), porque estou me sentindo cansada (necessidade), ficaria feliz se você estendesse a toalha no varal” (pedido).

Exemplo 2: uma mãe em conversa com o filho pequeno

“Quando eu vejo seus brinquedos espalhados pela casa (observação), fico furiosa com essa situação (sentimento), porque preciso de espaço organizado para andar (necessidade). Você poderia guardar seus brinquedos depois de brincar” (pedido).

Exemplo 3: Uma conversa em família

“Sempre que falamos sobre política no almoço, vejo que você se altera e fica bravo (observação). Isso me deixa receoso e triste (sentimento), porque eu acredito que poderíamos conversar trazendo nossos pontos de vista, mesmo que sejam contrários (necessidade). Gostaria de entender seu posicionamento e que você me escutasse (pedido).

Depois de observar esses exemplos, vai aí um pequeno exercício de CNV que você já pode começar a fazer para praticar, vivenciar e internalizar a CNV diante de uma situação desafiadora, ou até mesmo algo que aconteceu no passado. Trata-se de um exercício de auto conexão, orientado pelos 4 componentes do ciclo da CNV:

  • O que de fato aconteceu? O que foi feito ou dito? (observação)
  • O que eu estou sentindo? (sentimentos)
  • O que é importante para mim? (necessidades)
  • Qual próximo pequeno passa? (eu tenho um pedido para a outra pessoa ou para mim mesmo)

Desenvolver uma comunicação não violenta é um grande passo para contribuirmos com a cultura de paz. Que possamos fazer cada vez mais a nossa parte!

 

A Cel Desirée é associada e colaboradora do Departamento da Mulher Militar.

 

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