A SOCIEDADE NO PAREDÃO
Agravando o problema, o País tem uma população carcerária em torno de 574 mil detentos. Se ainda não aumentou, cerca de 300 mil mandados de prisão estão em aberto, esperando cumprimento. Um instituto londrino de pesquisa apontou no Brasil com uma taxa de mais de 300 presos por 100 mil habitantes, enquanto que a média mundial é de 144. Já somos a quarta maior população carcerária do mundo. Nos últimos cinco anos ela cresceu quase 30% e supera em 43% a capacidade do sistema prisional.
A desfaçatez, a frieza e a ironia, dos menores infratores, vangloriando-se de seus crimes e debochando de suas vítimas, durante suas entrevistas à imprensa, além da banalização da vida, também nos dá a certeza de que a sementeira da violência grassa em nossa sociedade tal qual erva daninha em jardim mal cuidado.
Não haverá cadeia que baste para suportar o crescimento da população carcerária no Brasil. Não haverá sociedade ordeira capaz de conviver com essa involução, esse retorno à barbárie, o cidadão de bem atrás de grades e muros e os bandidos à solta. O estado de direito, mera figura de retórica, cada vez mais distante, já se torna vulto difuso no horizonte social. A sociedade está no paredão.
Um bom jardineiro cuida de evitar as ervas daninhas no seu canteiro, arrancando-as quando pequenas. Da mesma forma, no caso aqui tratado, deve-se priorizar o combate ao crime pelas pequenas infrações. A máxima de que “O crime não compensa”, deve ser internalizada em nossas crianças e adolescentes. A leviana permissividade atual, colocando o bandido como vítima da sociedade, demonstra o contrário. O bandido não pode ser ídolo. Há urgência na recuperação dos valores da família, da autoridade de pais e mestres, dos deveres cumpridos antes dos direitos. Adotando agora essa postura, a longo prazo poder-se-á reverter essa curva ascendente brutal de neo marginais. Como reza a antiga sabedoria popular: “Para fortes males, remédios amargosos”.
Vereador Coronel Piccinini – Presidente do Clube dos Oficiais da PMMG