SOB NOVA DIREÇÃO?

Porém, jamais adotou uma postura defensiva ou indignou-se publicamente com as críticas, coerente com duas máximas populares: “o bom cabrito não berra”, isto é, segurou as pontas para o governador sainte, o qual não teria determinado priorização de trabalhos que poderiam ter sido produzidos pelo CEDS; outro é que “assessor não é mentor” e, por isso, preferiu não entrar em choque com a autoridade maior. Pressupondo que tinha intenção, vontade de produzir políticas públicas efetivas para reduzir esse flagelo moderno, a violência, pode-se invocar sua resiliência, sua conduta positiva apesar das adversidades, principalmente do tormento de estar manietado.

Pelo sim, pelo não, terá nove meses para gestar políticas públicas para reduzir a insegurança social, principalmente a oriunda da criminalidade violenta. Resguardado pela autoridade para implantar sua própria governança, é um prazo bem longo para sua formulação. O êxito dependerá de vontade, competência e efetividade, em sua operacionalização, lembrando que governança não é meter políticas goela abaixo da sociedade, mas, sim, elaborá-las em comum acordo com ela.

Ainda que o diagnóstico da insegurança social não esteja sistematizado, é instrumento valioso na elaboração das políticas para redução da insegurança, dentro do prazo disponível, originando planos setoriais específicos, contendo orientações para programas e projetos cuja finalidade seja mitigar problemas peculiares.

Embora desejável, tem-se a consciência de que não se pode cobrar, do entrante, índices de violência semelhantes aos da Noruega, Dinamarca ou Japão. Contudo, políticas públicas oportunas (convenientes e necessárias) são o ponto de partida para se chegar lá. Sem invencionices, como integração-fusão das polícias em lugar de interação; sem sofismas, tipo a polícia existe para impedir crimes, quando, na verdade, previne e reprime; priorizando ataque às causas e correção de efeitos; valorizando o educador; exigindo maior participação dos demais órgãos de defesa social, principalmente os detentores do poder de polícia administrativa.

Enfim, esperança com a nova governança!…

(*) Coronel Reformado da PMMG
Ex- Comandante da Região Metropolitana de BH

 

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