HIDRA CONTEMPORÂNEA
O tema-desmilitarização somente será definitivamente sepultado se for tratado com a tática de Hércules, vale dizer, quando receber oxigênio e luz. Oxigenação ocorrerá quando a discussão deixar o terreno do oportunismo, do engodo, de escusos interesses ideológico-partidários, das apaixonadas moções político-partidárias e se elevar para o debate isento, objetivo, que priorize o interesse social. Evidentemente, isso se dará quando o tema (saindo do Lema) for enquadrado como política de Estado e não de governo, muito menos de partido. Principalmente de facções que enxergam a polícia militar como forte obstáculo à implantação da polícia do partido, pilar da ditadura do proletariado. E, para que ocorra o debate limpo, minimamente, essas enquetes (onde algumas pessoas se aproveitam para destilar ódio, rancor e extravasar recalques e frustrações) devem ser substituídas pela discussão multidisciplinar, sem a influência nefasta de qualquer oportunismo ideológico-partidário. A luminosidade afastará toda nebulosidade, toda desconfiança que envolve o caráter militar da instituição policial-militar, permitindo a qualquer um entender perfeitamente seu significado e sua conveniência para o próprio corpo social.
Como a desmilitarização está sendo pretendida por certos segmentos, porque a pressupõem instrumento de pressão para dentro e de opressão para fora, a claridade mostrará tratar-se de um estigma produzido por certos ativistas de direitos humanos, que não têm o contraponto de órgãos de deveres humanos. Evidenciará, também, que morando em regiões específicas, onde, inadequadamente, a polícia militar entra na área da polícia civil, e vice-versa, certos políticos/administradores, sem autoridade na solução, forçam a federalização do conflito, para ocultar a incompetência.
Luz e oxigênio são absolutamente necessários, mas, não são suficientes. Com uma “canetada” governadores podem enterrar a cabeça-matriz, a origem dessa celeuma, os inconvenientes cognomes polícia militar e polícia civil, que induzem e estimulam uma equivocada dicotomia. Força Estadual e Polícia Judiciária Estadual são denominações extremamente oportunas.