PLC 3/2015 – Incentivo ou escravidão?

Respeitados os posicionamentos dos interessados no Projeto de Lei Complementar, no qual pretende alocar policiais (somente Praças) no POG, teme-se que esse instrumento que tem aparência de um pacote da bondade, possa dar ignição a um processo de segregação, cujo filme já se assistiu no passado. Daí aprendemos que se algo tem que ser feito, toda a tropa deverá ser beneficiada e não somente parte dela.

Nesse sentido, a Associação está atenta a todos os movimentos que possam impactar de forma negativa na vida da instituição militar estadual, a fim de resguardar a perenidade de uma politica remuneratória justa, perene e transparente.

Ao passo que, arranjo para melhoria salarial de parte do pessoal da PM e BM, vislumbra-se a caracterização de segregação salarial e desconfigura a conquista das 40 horas semanais, na qual os argumentos aprovados a época, foram a valorização do descanso e recomposição da saúde para atividade PM e BM, considerada atividade de risco; presença do militar junto ao seio familiar; prevenção e manutenção de higidez física; tratamento igualitário aos demais servidores do Estado e outros.

Do exposto, é temerosa e arvorada a aceitação de instrumentos legislativos, cuja experiência em outros Estados não foram exitosas, sendo consideradas por alguns como câncer e desastrosa, para não dizer “emprego desumano e escravo” dos militares empregados, na medida em que também de criou castas diferentes nas diversas graduações e postos. E pior, tal valor acrescido no salario passa a ser interpretado como salario fosse. E, assim, conforme consulta feita aos companheiros do Estado do Espirito Santo e Santa Catarina, custou mais de uma década para abolir tal pratica em razão da problemática acarretada em torno de pagamento de hora extra.

Com certeza, a curto e médio prazo, teremos dificuldade para tratativas da valorização da politica salarial, conquistado com muita dificuldade em 2010, com reflexo até 2015.

Ademais, a AOPMBM entende ser necessário se focar na defesa da manutenção de um salário digno, honesto, justo e “sem penduricalhos” que possam substituir o valor real de remuneração salarial. Temos que inibir toda política que venha trazer qualquer tipo de desagregação entre a família policial e bombeiro militar, o que interessa somente a alguns.

Desta forma, vamos continuar os debates junto ao autor da proposta, Deputado Estadual Cabo Júlio, reforçando nosso posicionamento e participando ativamente do processo legislativo, buscando o entendimento de um aperfeiçoamento no texto de tal forma que a busca de incentivos operacionais sejam alcançados via uma política universal em torno da nossa remuneração básica, para que seja efetiva e possa ser garantidora de motivação e bem estar social. Para tanto, defendemos a melhoria da valorização do instituto da reconvocação, oportunizando ao pessoal da reserva remunerada a retornarem ao serviço ativo e darem a contribuição por mais um tempo, no âmbito da segurança pública, se assim o desejarem, o que será bem vindo.

 

Relacionados