Artigo do Cel Klinger Sobreira aborda respeito aos vencidos
Rastreando a Verdade (LXXIV)
NA VITÓRIA→Respeito ao Vencido
O ser humano, a maioria andarilho em baixo nível consciencial (ordem moral), é propenso a disputas. Em família, muitas vezes um irmão quer superar o outro. Na escola, o afã do primeiro lugar. No esporte, a vitória. Na profissão, o destaque, a promoção, o melhor salário… Para alcançar o pódio, ao invés da pugna correta, costuma-se, não raro, seguir trilhas aéticas, e até pisotear o oponente.
Volvendo os olhos ao passado, distante ou próximo, é triste a história dos vencidos: morte e/ou escravidão. Reflexo de um estágio moral rastejante. O homem, salvo poucas almas evoluídas, só entendia a posse com subjugação. Sempre a lei do mais forte. Ou do mais sagaz.
As legiões romanas, aonde chegavam, submetiam os povos, e a mortandade não tinha limites. O restante, apenas os válidos para o trabalho, tornava-se escravo. Nessa linha de destruição, Júlio César foi impiedoso com os gauleses. O exemplo romano medrou e retornou contras eles: Átila, Rei dos Hunos, cognominado Flagelo de Deus, foi impiedoso no Séc. V. Devastou. Matou. Escravizou. Outros bárbaros prosseguiram.
Gengis Khan – a fúria mongol – do 2º ao 3º século do segundo milênio, liderou suas hordas, massacrando asiáticos e europeus. Suas conquistas de povoados e cidades significavam morte generalizada, não importando se criança, mulher ou velho.
A sanha de pisotear o vencido – eliminar os combatentes e os indefesos e escravizar os válidos – varou o tempo. Chegou ao século XX. Vide os Bolcheviques, Lawrence da Arábia (morticínio generalizado dos turcos derrotados), os Nazistas, os genocidas Africanos… Na atualidade: os Jihadistas, os Talibãs… Porém, os nefandos têm sido capturados e julgados em cortes internacionais (vide as atrocidades nas guerras balcânicas versus postura ativa das nações ocidentais).
No torvelinho das maldades e entremeio de pálidas tinturas de misericórdia, a humanidade tem evoluído. As duas grandes guerras do século XX evidenciaram um avanço no tratamento aos vencidos. Na I Guerra, a Alemanha perdeu, e os aliados massacraram-na econômica e moralmente. A revolta interna produziu Hitler, e emergiu a II Guerra. Derrotado o eixo Alemanha, Itália e Japão, os vencedores, liderados pelos EEUU, julgaram os “genocidas”, mas respeitaram os derrotados. Nada de castigos e humilhações, deram-lhes impulso de recuperação e soerguimento.
Nas disputas individuais ou em pequenos clãs, alguns vencedores costumam humilhar os vencidos; assumir postura de todo poderoso; vangloriar a conquista. Se pudessem, escravizariam como na antiguidade distante. São os defasados no tempo.
A humanidade, em evolução moral-espiritual, está prestes a encontrar o rumo correto dos relacionamentos entre pessoas, grupos e nações. Ao longo da trajetória cósmica, sempre haverá emulação para crescer, subir, progredir, melhorar – partir do finito ao infinito (Sede, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai Celestial – Mt:5-48). Sempre haverá a vontade de lutar e o anseio da vitória.
Ao vencedor cabe espelhar, na aura do laurel, a grandeza de uma humanidade irmã (Tema LXV: Fraternidade → Imposição Cósmica). NA VITÓRIA, mera e transitória eventualidade, Respeito ao Vencido.
Klinger Sobreira de Almeida – Mil. Ref. – Membro ALJGR/PMMG