Romeu Zema afirma que o 13º não será quitado “tão cedo”

Gestor voltou a dizer que Estado está “falido”e não tem condições de pagar

Após o governador Romeu Zema (Novo) dizer que não vai pagar “tão cedo” o 13º salário do funcionalismo público, ele já começa a sofrer pressões de entidades de classe, ainda que de forma moderada. Ontem, em entrevista ao programa “Bom dia Minas”, da TV Globo Minas, Zema disse que não há como prever quando o pagamento do benefício poderá ser efetivado e deu um banho de água fria nas esperanças do servidor.

“Nós sabemos que a situação de Minas é extremamente delicada, é um Esta- do que está falido, e com certeza esse 13º não será pago tão cedo. Não que nós não gostaríamos de fazer isso, mas por impossibilidade”, disse na entrevista. O governador ainda destacou que somente agora terá acesso aos dados financeiros do Estado, mas que não tem como ter boas expectativas. “Só agora que vamos abrir esse baú, e com certeza o que nós vamos encontrar é só aranha, escorpião e cascavel com muito veneno”, afirmou.

A fala do governador somada ao seu pronunciamento durante a posse, na qual pediu apoio para adotar medidas de ajuste fiscal, já provoca manifestação de sindicatos e associações de servidores.

A mais enfática partiu do setor de segurança que nos últimos anos tem sido a área que aglomera as categorias com o maior peso político nas negociações com o Executivo, principalmente os militares. Em 2017, os servidores da segurança pública, como policiais militares e civis, além de agentes penitenciários, antes dos demais integrantes do funcionalismo.

Pressão. Romeu Zema encara a cobrança de servidores e sindicatos para o pagamento do 13º

Ontem a Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (AOPMBM/MG) emitiu uma nota para cobrar o pagamento da gratificação natalina do funcionalismo.

“Expressamos, com muita preocupação, a indignação e inquietação dos militares pela falta do pagamento do 13º salário. O sacrifício deve ser de todos, e não apenas dos servidores do Executivo, pois são eles que movimentam a máquina do Estado. Deve-se ter um olhar diferenciado para os servidores do Executivo, os quais estão pagando um preço mui- to alto pela má gestão dos políticos que leiloaram e surripiaram o Estado nos últimos anos. Enquanto o Legislativo e Judiciário estão com o pagamento em dia e 13º no bolso. Onde está o pacto social? Quem mais será incluído no rol de sacrifício?”, diz o texto em referência ao pacto social cobrado por Zema em sua posse para que todos apoiem a busca de medidas de austeridade para que Minas Gerais saia da crise.

Já a postura do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado de Minas Gerais (SindPúblicos) foi mais paciente. De acordo com o diretor político da entidade, Geraldo Henrique da Conceição, não dá para cobrar do governador neste momento. “Não podemos sacrificar a pessoa que está entrando hoje e colocar na culpa dela quatro anos de gestão ineficiente”, disse.

Porém ele espera que as medidas de Zema abram um diálogo com os servidores e que ele não tome medidas sem consultá los. “Queremos é sermos chamados para conversar. Não queremos que o governo tomes medidas sem negociar antes com os servidores. Se o Estado está nessa situação financeira, não é culpa do servidor. Ele não pode ser punido por essa crise”, afirmou.

“Vamos priorizar o mais grave.”

O governador Romeu Zema (Novo) afirmou que, diante do passivo deixado pela gestão de Fernando Pimentel (PT), ele terá que priorizar o atendimento de demandas mais urgentes.

Na entrevista ao programa “Bom dia Minas”, da TV Globo Minas, ele afirmou que o foco principal é regularizar os pagamentos dos servidores e os repasses aos municípios referentes aos valores atuais. Já o pagamento da dívida do Estado relativa ao passado terá que ser negociado.

“Nós vamos ter que priorizar aquilo que é mais grave. Não é uma decisão fácil”, disse. O governador explica que espera conseguir pagar os salários em dia ainda neste ano, mas para isso precisará da renegociação da dívida com a União.

“Vai depender muito da nossa renegociação da dívida de Minas com o governo federal. Se o processo for agilizado, eu acho que podemos conseguir isso até meados do ano. Isso vai dar um alívio muito grande ao caixa do Estado. E eu gostaria muito de pagar o funcionalismo e os repasses para as prefeituras pontualmente.

Pelo menos daqui por diante, e a dívida do passado nos vamos gradativamente amortizando. Espero que até meados do ano possamos ter notícias boas, se não regularizar o pagamento, pelo menos reduzir esse atraso”, explicou Zema.

O governador destacou ainda que vai analisar a situação de cada município para poder pagar as dívidas. A ideia é priorizar as cidades que estão em maiores dificuldades e que dependem mais dos repasses estaduais.

Link da página do Jornal O Tempo

Do Jornal O Tempo

Deixe um comentário

Relacionados