AOPMBM no jornal O Tempo

No último sábado, 27 de março, a Coronel PM Tarcimara Moreira, médica e Diretora do Departamento Militar de Saúde da AOPMBM, teve seu artigo “Sequelas da pandemia vão além da falta de ar” publicado no site do jornal O Tempo.

Confira a matéria publicada aqui.

Abaixo, o artigo completo:

 

Sequelas da pandemia vão além da falta de ar

Por Coronel PM Tarcimara Moreira da Silva, médica e diretora do Departamento de Saúde da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (AOPMBM)

De acordo com uma pesquisa Datafolha divulgada na última semana, 55% dos brasileiros sentem muito medo de contrair a Covid-19 e 79% acreditam que a pandemia está fora de controle no Brasil. A última contagem do Ministério da Saúde totaliza quase 300 mil mortes pelo novo coronavírus no país.

Embora os primeiros casos de contaminação pelo Sars-Cov-2 tenham sido detectados na cidade de Wuhan, na China, não se sabe a real origem do vírus. O que a comunidade científica já descobriu é que o vírus se originou de morcegos, conforme o sequenciamento genômico do agente infeccioso. 

Uma expedição da Organização Mundial da Saúde (OMS), realizada em fevereiro de 2021, para descobrir onde surgiu o vírus, indica dois caminhos possíveis. No primeiro, o novo coronavírus saiu de morcegos para outro animal, e os bichos infectados tiveram contato com os seres humanos, propiciando a infecção.

Já a segunda hipótese sugere a contaminação por alimentos congelados, sendo que o novo coronavírus teria surgido em morcegos no sudeste asiático, região da qual a China não faz parte.

Cientistas e médicos se mantêm debruçados diuturnamente sobre os efeitos desta doença e suas sequelas, passageiras ou permanentes.

O principal desafio é compreender porque há tanta variação de sintomas e sequelas entre os pacientes. Dentre os sistemas que podem ser afetados pela Covid-19, estão o pulmonar, cardiovascular, urinário e neurológico.

Os sintomas relatados pelos pacientes incluem tosse seca, febre, cansaço, dor de garganta, diarreia, conjuntivite, cefaleia, dor no corpo, perda de paladar e olfato, enfraquecimento muscular, cansaço, os mais comuns.

Normalmente, a infecção se instala no trato respiratório superior e a partir daí se distribui por todo o organismo, podendo ocasionar uma resposta inflamatória sistêmica. Esta inflamação prejudica outros órgãos além dos pulmões, como coração, rins, fígado e até o cérebro.

As sequelas da pandemia vão além dos problemas físicos, podendo facilitar o desenvolvimento de patologias psiquiátricas, conforme sugerem alguns estudos. As emocionais atingem, também, àqueles que não foram contaminados com a doença, mas que vivem o medo, a insegurança, o distanciamento social e o “novo normal”.

É importante o acompanhamento psicoterapêutico sempre que possível, podendo até ser feito virtualmente. Cabe ao sistema de saúde pública, também, reforçar os atendimentos em relação à saúde mental a curto, médio e longo prazo, evitando assim uma outra pandemia.

É preciso se resguardar e, para quem já foi infectado, ficar atento a alterações no organismo e procurar, sempre, ajuda médica. Enquanto a vacina não chega para todos, a recomendação permanece: mantenha o distanciamento social, use máscara e álcool.

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